Tudo o que você precisa saber sobre Sociedade de Advogados
Fazer parte de uma sociedade muitas vezes pode potencializar os resultados do escritório e dar a ele mais notoriedade no mercado. No entanto, este é um modelo de trabalho no qual os envolvidos devem estar muito ajustados entre si.
Por isso, algumas questões devem ser analisadas antes de aceitar fazer parte de uma sociedade ou convidar alguém para se tornar sócio.
SUMÁRIO
1 - Quem é você? O que você faz de melhor?
Quando se pensa em ajustar ou abrir uma sociedade, é necessário lembrar do autoconhecimento. Se eu não tenho clareza acerca de minhas habilidades e no que eu sou bom, não é possível que eu busque um sócio, pois se eu nem sequer me conheço, como saberei fazer as perguntas adequadas para aquele que pretendo ter como sócio?
Mas não basta saber as próprias habilidades, conhecer as próprias inabilidades é fundamental para que possamos sair a procura do profissional a quem nos associaremos. O que não significa, necessariamente, sócios que se complementam com aquilo que falta no outro.
É possível que sócios com habilidades muito próximas trabalhem somando seus conhecimentos e entregue um resultado ainda mais satisfatório, pois as lacunas poderão ser preenchidas por meio da contratação de estagiários e parceiros, por exemplo.
Obviamente, os sócios também precisam ter seus princípios e valores o mais semelhante possível.
2 - Sociedade ou parcerias? Como escolher?
A sociedade é bem diferente da parceria. Na sociedade, pessoas se unem para assumir, junto a você, os riscos do negócio. Se você parar de receber clientes, o sócio fornecerá novas ideias, mais força de trabalho e até mesmo dinheiro para manter o escritório funcionando.
A parceria, por sua vez, é quando um advogado que tem o seu próprio negócio é convidado para realizar uma demanda específica por outro advogado, de modo que ele recebe pelo serviço prestado independente dos demais fatores.
Ou seja, o parceiro não assume riscos junto a você, ele é apenas um auxílio pontual e vice-versa.
3 - É bom um dos sócios ser comercial e outro backstage ou os dois devem fazer um pouco de cada?
Um escritório de advocacia não se divide nesses dois campos, há diversos outros seguimentos a serem cumpridos. Alguns deles são: conjuntos de clientes, que faz parte do comercial.
Porém, é injusto que um advogado faça essa tarefa enquanto o outro sócio se responsabiliza por todo o restante, conhecido como “backstage”:
Estratégia de demanda, realizada, muitas vezes, por quem não está envolvido no comercial;
Execução da estratégia, que se trata, de forma direta, das ações processuais que atendem a demanda;
Gestão de manutenção do escritório, que é a análise das despesas, cuidados com o espaço físico, organização do setor financeiro e estudo dos relatórios de despesas e ganhos, por exemplo;
Gestão de equipe e clientes, que é a parte em que se trata das interações internas e externas ao escritório, como o alinhamento com a equipe e a transparência com os clientes.
Todas essas áreas precisam ser discutidas no que diz respeito à execução e à remuneração.
4 - Você e seu sócio possuem um acordo de sócios?
O que dá início a uma sociedade é um contrato social, no entanto, os contratos de escritórios de sociedade advocatícia não são registrados na junta comercial. Neste contrato, podem ser colocadas diversas cláusulas, de modo a deixar detalhada a divisão das funções e dos pagamentos, por exemplo.
Este documento é muito importante pois é ele que formaliza todos os combinados entre os sócios, o que evita desentendimentos e torna o escritório mais profissional. No entanto, fazer alterações nele é muito burocrático, o que faz valer a opção de criar atas de reuniões para firmar novos acordos.
5 - Como definir o percentual para cada advogado de forma adequada?
Isso pode defender de diversos fatores, por exemplo, o investimento que cada um dos sócios faz ao adentrar no escritório.
O mais importante é enxergar que a quota social não é a remuneração pelos serviços prestados enquanto advogado, mas sim o que se divide dos lucros finais. Portanto, antes de chegar nessa partilha, é necessário deixar estabelecido como será remunerado cada sócio de acordo com as atividades pelas quais ele se responsabilizou.
Portanto, as pessoas que estão envolvidas na sociedade devem receber proporcionalmente não só às horas que trabalham, mas também aos resultados que trazem.
6 - Como saber que é o momento de encerrar uma sociedade?
As sociedades tendem a enfrentar muitas dificuldades em seu fim, principalmente aqueles escritórios que trabalham com demandas judiciais.
Portanto, o ideal é que a ruptura seja feita o quanto antes a partir do momento em que há a percepção de que tal sociedade não pode ser levada adiante, pois isso evita que surjam mais elementos que dificultem a separação.
Ou seja, adiar apenas tornará mais complexa a cisão com aquela pessoa que não compartilha dos mesmos princípios e valores de entrega. Mas essa decisão também deve ser muito bem analisada antes de ser tomada.
Você já fez, faz ou pretende fazer parte de uma sociedade? Me conta nos comentários sobre sua experiência como sócio.
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